Eu Estava Livre

Colégio Estadual Professor Edilson Souto Freire
Alunas: Maria Cecília Dos Santos Moura
Série: 3° ano CV
Prof.: Tássia





Eu Estava Livre



Uma espada sendo apontada para mim, ele me observando, a espada ficando ensanguentada, minhas mãos forçando o objeto cortante à me penetrar mais. Mais sangue e mais espanto para a face dele, que antes, era fria. Um corpo estirado no chão. Um suspiro.



O lugar já estava certo, já tínhamos comprado as latas de spray, mentido para nossas mães - Okay, não me orgulho de fazer isso, mas elas se conheceram literalmente no mercado e começaram à ser muito amigas, iriam acabar comentando uma com a outra, se usássemos uma desculpa diferente. Então falamos para cada uma que Jungkook viria após à escola, para maratonarmos animes e ficar jogando Overwatch. Como ele se comportou como um anjo (e eu tive que o pagar por isso, então com certeza se ele fosse um anjo seu nome seria lúcifer), fomos liberados. - Assim que ele chegou, nos arrumamos para pintar umas paredes. Eram desenhos bobos, mas que eu adorava ver quando as lojas se fechavam, pois minha marca estava ali. Não era como se eu fosse Van Gogh, mas desde pequeno, sempre quis deixar alguma marca. Não importa onde, só sinto necessidade de.. Ser lembrado. Pintando paredes, escrevendo diários, tirando fotos, traquinando ou sendo um bom menino. Desde criança. Todos querem que as pessoas tenham uma lembrança forte e inesquecível sua. Algo que mesmo depois de uns vinte anos de minha morte, ainda lembrem que eu existi. Pelo menos eu acho que todos querem algo assim. Só que no meu caso, é como se eu estivesse vazio e quisesse preencher algo, para que não me sinta mais.. Vazio. Não faz sentido, nunca fez, mas espero que eu tenha sucesso no que quero tanto. Com isso, acabei arrastando Jungkook sem querer, mas o garoto iria contar pra minha mãe, caso não fosse me acompanhar, seja para me ver pintando ou pintar também. E foi assim que “grudamos” tanto. Já fazem dois meses, pintamos quando estamos livre, ele está no segundo ano do ensino médio, já eu, estou no primeiro ano da faculdade de design. Minha intenção nunca foi ser visto pela polícia pichando os muros, muito menos ser pego, mas aconteceu. Logo naquela noite. Logo quando MinJae voltou para a cidade.

 - Corre garoto, corre! - Gritei, na esperança que ele me ultrapassasse, assim eu tentava despistar os dois policiais. Como Jeon era de menor, não seria tão grave, mas ainda era bem errado, e a culpa foi minha, então era minha obrigação o proteger. Não é um “código de nobreza”, é a realidade. E outra, o irmão dele iria me matar.

 - Hyung, por alí! - Apontou quando conseguiu correr ao meu lado. As mochilas estavam escondendo as latas de spray, então peguei da mão de Jungkook, o libertando quase totalmente da “treta” que iria acontecer. Observei as lanternas rápidas vindo para perto de onde estávamos escondidos e tentando respirar normalmente. - E agora? - O menino estava apoiando as mãos no joelho, obviamente cansado, nunca fomos pegos, então ele nunca teve que correr tanto na vida dele, sem que isso valesse uma medalha, e sim, a vida dele. Sem exageros, as família asiáticas são as piores no quesito de castigo, e cobram obediência quase - ou totalmente - cega.

- Shh.. - Sinalizei, mas não teria jeito. Iria ter que me entregar e salvar a ovelhinha. Jungkook, no caso. - Fique aí. Se encolha e continue quieto, okay? - Quando ia sair do beco estreito, o mais novo me segurou.

 - O que pensa que vai fazer? - Reclamou, mas o vibrar do celular acabou obtendo sua atenção. - Droga, é meu irmão.. Ele está me ligando faz tempo, mas agora que reparei! - Me olhou, com aqueles olhinhos perdidos e assustados. Eu sorriria por conseguir o assustar e ver a reação tão infantil e fofa, mas naquela situação, não deu para tirar proveito.

 - Continue aí. Seu irmão com certeza é super protetor, melhor me entregar o celular, se não ele vai te achar. Disse que ele já rastreou seu telefone antes, não é? - O garoto afirmou. Não tinha o que argumentar. Peguei o celular e coloquei em meu bolso, observando as lanternas ficarem coladas no beco. Saí rapidamente, colocando as mãos para cima, já obedecendo aos comandos dos policiais. Mesmo sendo pacífico, eles me trataram com violência. Fui empurrado brutalmente na porta do carro, enquanto me algemavam. Era doido falar isso, mas eu estava sorrindo de nervosismo. Acho que foi a adrenalina toda.


 Acabei focando na rua iluminada - porém mesmo assim deserta-, e logo um garoto apareceu com o celular no ouvido, olhando para os lados, eufórico. Quando me viu, cancelou a chamada. Meu sorriso sapeca se transformou em uma expressão mínima de surpresa. Senti um atraso no tempo, ou o mundo tinha se acalmado quando encontrei seu olhar. Ele se aproximou rapidamente. Meu coração ainda estava acelerado, mas não era pela adrenalina da corrida. Algo o acendeu novamente.

- Cadê o meu.. - Falou alto e neguei rapidamente com a cabeça. Ele entendeu e olhou os policiais, que perguntaram que tipo de parentesco tínhamos. - Somos amigos. O que ele estava fazendo? - Naquela altura eu já entendi que estaria na merda quando saísse da primeira merda em que me meti. Falaram que era crime contra patrimônio público. Ele iria me acompanhar até a delegacia, e ainda bem que os policiais não viram quando ele sinalizou para Jungkook, o mandando pra casa. Entrei no carro, e aquele momento foi bem desconfortável. Não foi só desconfortável, foi.. O cúmulo. Era a primeira vez que eu vi o outro Kim. Mesmo que ele e Jeon fossem de pais diferentes, o instinto de proteção dele era ótimo. Ainda bem que a criança tinha alguém pra cuidar dele, mas ainda assim precisava de um amigo. Talvez não como eu, mas pelo menos minha pessoa estava disposta a não deixá-lo na mão nunca, e o acalmar quando suas crises começassem.

 Não sei como, mas terei que pagar um belo dinheiro pro hyung de Jeon. Com certeza daquele dia eu não passava. Ele era sério, e dava uma impressão de incrível maturidade. Ouvi falar que o garoto só tinha dois anos à mais que eu, mas evidentemente ele tinha mais “cabeça”. Saímos, e pela primeira vez minha boca era um túmulo. Tinham tantas formas daquilo dar errado, que gastaria meu caderno de vinte matérias todinho listando elas. Ouvi um suspiro de decepção, e aquilo foi incômodo. Estranho também, porque nunca liguei sobre as pessoas estarem decepcionadas comigo, já eu normalmente não estava. Se eu não estava decepcionado comigo, o que seria a decepção das outras pessoas? Exato, nada. Então por que naquele maldito momento eu senti meu astral baixar tanto, se era a porcaria da primeira vez que eu vi o condenado? Nós nem tínhamos afinidade.

- Sou Kim Minjae. Deve saber que sou irmão de Jungkook, então vamos pular essa parte e chegar na que me interessa. Eu paguei sua fiança, então você me deve algo. - Pronto, começou a minha sentença, em menos de trinta segundos de fala.

- Calma aí, chefão. Sou Kim Taehyung, e estou bem, obrigado por perguntar. Obrigado por me agradecer já que protegi seu irmão. - Resmunguei.

 - Era sua obrigação. - Fui pego. - Não quero que se aproxime do meu saeng nunca mais. Não quero ele metido em problemas, muito menos se for com você. - Falou firme.

 - Mas por que isso tudo? Por que me tratar assim? Okay, não nos conhecemos nas melhores circunstâncias, mas poderia ser mais educado, e outra, ele é meu melhor amigo! - Minjae me surpreendeu com tantas ordens e a proibição de ser amigo do meu pequeno. Quem era ele na fila do pão? E por que “muito menos se for com você”? Minha fama é essa, Coreia?

- Não importa. Está me ouvindo? Se não fizer isso eu conto tudo pra minha mãe, e pra sua também. Elas vão ficar orgulhosas. - E o tom de firmeza continuava presente. - Você não está preocupado com a possibilidade de Jungkook ficar triste? Com saudades? Eu sou o único amigo dele! - Reclamei, mesmo sendo horrível saber que o garoto mais novo só conseguia socializar comigo. Minjae deveria entender que mesmo errando, a fobia do menor não o deixaria ficar bem sem o único amigo. Não irmão, mas amigo. Aquele que não tem a “obrigação” de te suportar.

- Ele me tem. Você não é o único amigo dele. Tem amigo melhor que o próprio irmão? - Abri minha boca para respondê-lo, e como previsto, fui cortado antes mesmo de falar algo. - Não. Essa é a minha palavra final. Espero que você entenda e se afaste.

- Você sabe que isso vai prejudicar ele.

 - Acabar sendo pego pela polícia também.

Naquela mesma noite expliquei a situação e pedi para que meu saeng não fizesse nada. Não brigasse ou fizesse birra, muito menos ficasse sem comer ou levantar da cama, se entregando à tristeza pela proibição. Daríamos um jeito naquilo tudo. Descobri que amo muito essa criança, credo. Ele é insuportável, mas ainda é meu amigo, então até sua personalidade irritante faz falta. Espero que o irmão dele volte logo pra Seul, pois não quero ficar longe por muito tempo. Em falar do irmão dele, fiquei me perguntando porque meu coração reagiu daquela maneira quando o viu. Talvez ele estivesse me avisando que ia dar ruim. Gritando “agora você corre porque ele vai te ferrar mais que a polícia”. Pensei tanto nisso que acabei sonhando com o garoto, o que foi extremamente estranho.
No sonho era como se estivéssemos numa época bem distante, como na dinastia de Joseon. Com certeza na dinastia Joseon. Eu usava um hanbok e observava um objeto de madeira, que havia uma espécie de lente no meio. Era diferente, eu nem sabia seu nome, mas gostava daquele treco. A luz do sol era mais bonita quando observada com o objeto. Fechei um dos meus olhos, focando melhor em como a lente mostrava a luz do astro. Um garoto se aproximou de mim. Usava um gat, que era um chapéu tradicional coreano, preto. O resto de suas vestimentas também eram pretas. O jeogori (jaqueta), bagi (calça), durumagi (casaco maior/sobretudo), tudo preto. Ele falou comigo, com uma voz estranha, disfarçando a voz normal. Não dava para ver seu rosto, mas eu sabia que era ele. Porém, também não era por causa da voz diferente que ele fez.

- Eu sei que é você, Wang Yeo. - Ri fraco e abaixei o braço que segurava o objeto interessante, direcionando minha atenção totalmente à ele.

- Como? Eu até disfarcei a voz! - Sorriu largo, levantando a parte do chapéu que cobria um pouco de seu olhar. Me observava curioso, mas ainda sorrindo como se amasse o fato de eu reconhecê-lo, mesmo quando ele tentava fazer com que não tivesse como.

- Quando você está perto, meu coração bate mais rápido.

“Com um baque surdo, meu coração continua saltando entre o céu e o chão. Ele não sabia à qual lugar pertencia, até que eu senti algo. Algo que me fez pertencer a um lugar. Foi meu primeiro amor”.

Nunca tive um sonho tão.. Aleatório. Ainda deitado na cama, digerindo o sonho e quase pesquisando seu significado na internet, sabendo que sairia alguma coisa louca, abri o kakaotalk. Nenhuma mensagem de Jungkook. Talvez seu irmão tivesse proibido, também. Vi no instagram dele que o mesmo sairia, até falar o endereço, falou. Minjae não deve ter reclamado por não ter visto, ou saber que isso era normal entre adolescentes, publicar tudo o que fazia. Como o menino é esperto e eu o conheço, aquilo foi pra mim. Ele não falava com mais ninguém, nem na rua, quando ia comprar algo, me chamava para que eu fizesse o pedido. Até na padaria ele só aparecia e a moça perguntava se era “o mesmo de sempre”. Ele nunca discordou. No stories dele estava escrito que “o cachorrinho assustado vai sabia que ele estava se enchendo de pensamentos ruins e nervosismo. Era assim que ele começava à ter uma crise/recaída. O irmão parecia muito ocupado para perceber isso, mas aquilo não era só “o jeito” dele. Ter fobia social não é “o jeito” de alguém. Tanto tempo longe do irmão menor deve o ter feito esquecer que se Jungkook ficar muito ansioso, começa a tremer e sua pressão chega à baixar. Porém, eles levantaram, chamando o menino, que levantou devagar e observou o sorvete já derretido, escorrendo pela casquinha. Parei de observar atenciosamente quando Minjae acabou me vendo. Eu carregava uma expressão séria, mas logo dei de costas e coloquei a parte de cima do capote sob meus fios. Depois disso pude ouvir ele chamando o irmão pra perto, e ainda bem que a criatura entendeu o recado.

O que Taehyung não sabia era que, depois daquela cena, o irmão de seu amigo ficaria tão confuso. Não pelo seu cuidado com o irmão dele, nem pelo atrevimento dele aparecer e quase ir ao encontro de Jeon, mas sim, por lembrar tanto dele. Quando explicou para a amiga que teria que ir para casa, avisou ao irmão, esse que adiantou os passos, parecendo feliz por ir para seu cantinho seguro. No caminho, encheu o mais novo de perguntas. Se eles se conheciam quando o maior estava no país, se alguma vez ele tinha visto Taehyung tirando a noite passada, e, principalmente, se o garoto algum dia tinha se vestido com um dos uniformes Hwarang. Não fazia sentido o menino perguntar se o Kim já tinha se fantasiado com as roupas dos antigos guerreiros de Silla. Nada fazia sentido. Nem pro irmão mais velho, nem pro mais novo. Mesmo assim, Minjae sentou em sua cama à noite, extremamente focado em se lembrar de onde parecia conhecer o melhor amigo do irmão. Lembrou da expressão que recebeu mais cedo, porém a expressão que vinha em sua mente era a do garoto sorrindo largo e mordendo os lábios. Não só isso, mas a roupa antiga e o cabelo longo e liso. Antigamente, o homem ou mulher que cortasse o cabelo estava desonrando os antepassados, então era normal homens terem cabelos longos. A questão era: Por que ele tinha a sensação que ele realmente já viu o outro com aquele estilo? De que já tocou seus fios, já tocou sua pele, e beijou seus lábios? Não entendia tamanho sentimento de já ter tido algo com o menino delinquente. Resolveu se deitar, lutando para tirá-lo da cabeça, e não se sentisse cada vez mais mal por afastá-lo de si. De seu irmão, na verdade, mas sentia que estava o afastando de si. E que não era a primeira vez que fazia isso.

Eu sabia que esse dia iria chegar. Só me recusava a pensar nele. Claro que como príncipe, Wang Yeo tinha uma prometida. Até eu tinha. O futuro rei de Silla e o true bone (sangue puro, que não muda nada, não ao meu ver) da família, tinham suas prometidas. Nós dois precisávamos agradar as moças, pois também não era fácil para as mesmas terem que casar com alguém que não conhecem, muito menos amam. Aquela história de “casamento forçado pode dar certo” é a maior mentira que já ouvi. E eu ouvia essa história todo dia quando era menor. Só não sabia que Wang levaria tão sério. Ele apresentou-a para todos do reino, muito otimista e sorrindo largo. Eu sentia nojo de toda aquela felicidade falsa. Na noite anterior, ele tinha chorado em meus braços, implorou que eu ficasse junto dele, mesmo com seu pai o forçando à assumir o trono e se casar logo. Talvez em uma das nossas noites longas e cheias de carícias ele tenha nos visto. Yeo parecia devastado, mesmo sabendo que eu também tinha uma prometida, fingia que não era tão grave. Me iludia. O iludia. No final, sabíamos que não ficaríamos juntos.

 E parecia que o final estava chegando.

Quando ele me apresentou a prometida dele, foquei no rosto juvenil e inocente da garota. Mesmo com um sorriso pequeno, ainda carregava tristeza. Ela estava tentando colaborar, sem muito sucesso, pelo menos comigo. Sorri, e pelo olhar que ela me lançou, entendeu rapidamente que o mesmo carregava grande dor, por perder quem eu amava para ela. O pior de tudo é que não era a moça a culpada. Observei o rei, ele estava impassível. Parecia esperar uma reação exagerada, e eu juro que tentei não me abater, não dar esse gostinho, não sair dali. Mas o rei apelou. Citou a data de casamento deles. Faltava uma semana. Uma semana para que eu conseguisse fugir apenas para não ver todos comemorando aquele casamento sem amor. Apenas para que meu coração continuasse batendo, mesmo que com uma lasca de vontade. Não precisava ter aquele sentimento que fazia eu me sentir vivo. Não precisava ter tanto amor transbordando em mim para que eu nunca me sentisse sozinho, porque ele estava lá. Eu só queria um pingo de vontade para continuar sendo forte, mas não consegui.

Me escondi em um dos cômodos do Palácio que era utilizado para o treinamento dos Hwarang. De qualquer forma, eu fazia parte de lá. Éramos treinados para defender a família real. Doía ainda mais saber que agora eu o protegeria apenas como um guerreiro qualquer, e não o guerreiro que ele amava. Já que ele estava tão sorridente naquele dia em que conheceu a garota, que ele continuasse feliz assim. Comecei a pensar que ele nunca nutriu os mesmos sentimentos por mim. As nossas conversas, treinos juntos, nossos risos e sorrisos, nossos planos, nossos beijos, nossos momentos. De repente, tudo pareceu uma farsa. Eu o amava mais que tudo, mas e ele? Não era para estar desolado também? Minha prometida chega em alguns dias, será que eu ficaria assim? Não. Porque eu realmente amo ele. E aquilo que se passa lá fora, não pode ser fingimento.

 Foi quando ele entrou violentamente no cômodo. Continuei do jeito que estava, encolhido e curvado para frente, segurando meu pulso e com a mão nos meus pés. Abaixei mais um pouco o olhar. Não queria que ele visse minha expressão.

 - O que você está pensando? - Falou friamente, parecia bravo. Eu que deveria estar desse jeito.

 - Não é como você fosse se importar. Por que está aqui? - Levantei o olhar, quase o desafiando.

 - Pare com isso, Hansung. Sabe que me importo com você. Não pode agir assim, não na frente dos outros. E eu não tenho culpa de ter que me casar com alguém que não amo. Não te culpo por isso também. - Abaixou, ficando à me observar, com aquele jeito calmo e preocupado que me deixava mais frustrado ainda. Por que ele tinha que ser assim? Por que me fazer não conseguir ter raiva dele, mesmo ele aparentando ser muito mais feliz com a garota?

- Mas você pode me culpar caso eu esteja feliz com tudo isso.

- E você acha que estou feliz? Eu não tô. - Soou firme.

- Não parece. Você sorri.. E olha para ela como se.. - Suspirei, derrotado. - Não é legal. Não consigo olhar para outra pessoa assim, sem ser você.

- Eu olho para ela como se estivesse apenas cumprindo meu dever. Não confunda. Se não nos casarmos, o reino dela ficará ofendido, e outra, o casamento vai dar benefícios para nosso reino. Assim como dará para o dela, também. - Explicou.

- Você nem se revolta mais.

- Hansung, eu tenho que ser maduro. Eu sou praticamente o rei, agora. Meu pai disse que essa semana vou começar os afazeres, para ir me acostumando e ele observar meu desempenho. Não posso.. Me rebelar. Muitas pessoas podem se prejudicar com isso.

- Eu não poderia ser egoísta, também. Ele me amando mesmo casado com a princesa do outro reino, já estava de ótimo tamanho.

Minjae estava tão desligado que o irmão chegou a estalar os dedos próximo à seus olhos, para que alguma reação fosse esboçada. Mesmo aéreo, ele tentou responder a pergunta que seu irmão fez, mas tudo que saiu foi uma pergunta sobre a localização de Taehyung.

- Pra quê quer saber disso? Nós não estamos nos encontrando. Você já me perguntou mil vezes e eu te respondi as mil. Não estou falando com ele, nunca vi ele vestido de tal guerreiro, nunca vi ele de cabelo longo até as costas, nunca encontramos ele antes daquela vez do supermercado e você nem estava, e.. - Iria continuar, se não fosse interrompido.

- Jungkook, não vou reclamar com ele. Só quero vê-lo.

 - Vê-lo? Pra quê? - Não sei, eu quero e acabou, sou seu irmão mais velho, pare de me enrolar ou eu vou deixar você mais tempo sem falar com aquele garoto. - Ameaçou.










E foi assim que obteve a localização de quem queria. Uma espada sendo apontada para mim, ele me observando, a espada ficando ensanguentada, minhas mãos forçando o objeto cortante à me penetrar mais, causando mais espanto para a face dele, que antes, era fria. Um corpo estirado no chão. Um suspiro.


Eu estava livre

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